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A era da medicina de precisão

7 de julho de 2022

6 min. de leitura

Uma nova era para a medicina em que cada paciente será avaliado de maneira individual para obter melhores resultados na prevenção e tratamento de doenças.

Diferentemente da medicina tradicional, a medicina de precisão não utiliza uma abordagem única no tratamento e prevenção de doenças. Ela também é conhecida como medicina individualizada ou medicina personalizada, já que busca tratar e prevenir doenças em pacientes a partir da análise de informações individuais e de subgrupos populacionais, tais como genes e proteínas, estilo de vida e o ambiente.

Os fatores considerados pela medicina de precisão são: sequenciamento do genoma, composição de microbioma, metabolômica, histórico de saúde, estilo de vida, dieta e ambiente.

Isso significa que, a partir dessa avaliação minuciosa, ela pode ajudar na obtenção de diagnósticos mais apurados e na realização de tratamentos mais eficientes. Também pode orientar indivíduos saudáveis a melhorarem os seus hábitos de vida, atuando diretamente na prevenção de doenças hereditárias, como diabetes, hipertensão e alguns tipos de câncer.

Avanços na medicina de precisão já contribuíram com a descoberta de novos medicamentos mais seguros e com menos efeitos colaterais, além das terapias celular e gênica. Acredita-se que no futuro possa permitir que centros médicos atuem de forma individualizada no tratamento e prevenção de diversas doenças, de acordo com as características únicas de cada indivíduo.

Medicina de precisão no Brasil e no mundo

Atualmente os Estados Unidos lideram a medicina de precisão no mundo (com 46% do mercado global, segundo o Global Precision Medicine Market realizado pela QuadIntel, lançado em maio de 2022), seguindo pela Europa (28%), sendo o combate ao câncer o seu principal alvo. Segundo o National Institutes of Health (NIH) dos Estados Unidos, em 2017 existiam testes genéticos para detecção de mais de 10 mil doenças e outras condições clínicas.

No Brasil, a medicina “do futuro” dá os seus primeiros passos. Foi inaugurada em 2015 a Brazilian Initiative on Precision Medicine (BIPMed), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em 2017 a Associação Brasileira de Medicina Personalizada e de Precisão e em 2020 o Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão – Genomas Brasil.

Apesar das iniciativas lançadas, no Brasil já está presente principalmente em laboratórios e centros de saúde privados.

Prevenção e tratamento contra o câncer

Centros médicos também podem atuar com medicina de precisão a partir do sequenciamento genético do paciente e das células cancerígenas, prevendo como a pessoa vai reagir ao tratamento e identificando a mutação no gene. 

Ou seja, atualmente já é possível atuar no tratamento e prevenção dos seguintes tipos de câncer utilizando a otimização genômica:

  • Câncer colorretal
  • Câncer de esôfago
  • Câncer de estômago
  • Câncer de mama
  • Câncer de ovário
  • Câncer de pele
  • Câncer de pulmão
  • Câncer de tireóide
  • Leucemia (alguns tipos)
  • Linfoma (alguns tipos)

Medicina de precisão, individualizada ou personalizada?

Apesar de não estar errado, há controvérsias sobre o uso do termo medicina personalizada, uma vez que a medicina de precisão, quando amplamente usada em um conjunto populacional, traz benefícios para a coletividade. De qualquer modo, é mais comum encontrar os termos medicina de precisão e medicina individualizada.

Presente e futuro

Ainda segundo o  Global Precision Medicine Market, essa nova área da medicina deve crescer 11,6% de 2018 a 2023, chegando a um total de US$ 88,25 bilhões em receita. Os centros de diagnóstico representaram a maior fatia do mercado em 2018 (39% da receita mundial), seguidos pelas farmacêuticas (29%).

O desenvolvimento de novos medicamentos e terapias para o tratamento de câncer lidera a receita global do setor de medicina de precisão de 2018, com 33% do total, à frente de distúrbios no sistema nervoso central (20%) e doenças infecciosas (16%).

Só foi possível identificar o avanço na medicina de precisão graças à genômica, que deve crescer 13,6% de 2018 a 2023 segundo a QuadIntel.

Segundo artigo publicado no Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) em 2019, a medicina de precisão traz benefícios a curto e médio prazo tanto individuais quanto coletivos.

De forma imediata, a medicina de precisão contribui para diagnósticos precisos e em tratamentos mais eficientes para o paciente, além de contribuir evitando o desperdício de condutas médicas não eficazes.

Com o tempo, a expectativa é que aos ganhos individuais atuais se somem o prognóstico de cada vez mais doenças. Já os benefícios de longo prazo para a coletividade são: identificação de subpopulações e suas predisposições genéticas a doenças para desenvolvimento de medicamentos específicos.

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